Este é um capitulo em constante evolução
Conforme mencionado anteriormente, não existe no Brasil uma associação de ratos de estimação, devido a este fato, utilizamos as associações americana e inglesa para reconhecimento de nossos padrões. Existem muitos padrões de ratos domésticos e minha intenção aqui não é ensinar genética a ninguém, isso se aprende na escola e com muita pesquisa. Tratar de genética pura seria um assunto bastante massante e pouco atrativo, então este capítulo trata dos padrões de forma muito mais dinâmica e interessante, com suas particularidades e características, sem código genético, de forma a te ajudar a identificar e conhecer as singularidades de cada padrão. Como diz o título, este é um capitulo em evolução, dito isso, irei acrescentando os padrões de forma que daqui a algum tempo ele esteja completo, mas, como sabemos os ratos são animais que estão em constante e rápida evolução então, sempre haverão novos padrões.
Shadow: black essex dumbo - padreador de nosso criatório
Essex
Lindos e bem diferentes, este não é um padrão que se encontre por aí. No Brasil a genética essex veio por meio da importação dos dwarfs, hoje estando aberta para os animais de tamanho standard também.
Possui como característica principal o desvanecimento da cor, que é mais escura no topo do animal e segue no degradê até os pés e barriga, que devem ser brancos. Este fading causa diluição visível na cor, então um black essex nunca parecerá realmente preto.
Outra característica marcante é a marcação facial, sempre presente em todos. Mas vejam bem, todo essex é head spotted (ou blazed - nos despadronizados), mas nem todo head spotted é essex, é necessário haver a genética para gerar este padrão. O padrão deste ponto, deve ser simétrico e bem posicionado no topo da cabeça do animal.
Este padrão surgiu na Inglaterra, em 1996 e foi descoberto por Sheila Showter (juíza em shows de ratos) em uma pet shop.
Essex é um gene dominante e letal que pode se apresentar em qualquer cor padrão.
Roan ou Husky
A origem do roan é pouco conhecida, alguns afirmam que é originário da Rússia, outros afirmam que é originário da Europa. Mas o que sabemos mesmo, é que o roan sempre muda de cor. Você pode adquirir um lindo blazed ou possum colorido e acabar com um rato completamente branco em pouco tempo. Eles podem existir em todas as cores e padrões, nas cores mais claras, o desbotamento é maior e mais rápido. Todo roan possui marcação corporal e facial, que pode variar desde um head spot a um possum (mais comum). Nos padrões mais aprimorados eles mantém parte da cor entremeada com brilhantes pelos brancos, dando uma impressão grisalha. Em padrões inferiores, o rato fica completamente branco até entrar na fase adulta.
O roan é um gene recessivo e muitas linhagens possuem megacolon.
Athena: Black roan dumbo
Variegateds
Os ratos variegados podem ter qualquer cor conhecida e são semelhantes aos hoodeds, mas em vez de uma listra sobre a coluna, terão manchas salpicadas de cor nas costas. Cabeça e ombros de cor solida e marcação facial (preferencialmente um head spot). O lado de baixo (barriga, tórax e pescoço) deve ser branco, sem coloração ou manchas.
São ratos muito bonitos e exóticos.
Broken: Black variegated dumbo - matriz de nosso criatório
Whiteside
Lindo e exótico, o Whiteside é um gene antigo, datado dos anos 80 e ficou desaparecido por muitos anos e dado como extinto. Felizmente, a pouco tempo ele foi redescoberto na Emerald City Rattery.
Genética:
Whiteside - hh (em) - é um gene recessivo e pode aparecer em qualquer padrão ou cor.
No Brasil, ele veio por portadores do gene e ficou bastante tempo sem ser descoberto, pois era confundido com hoodeds. Graças ao criatório particular Maratos podemos desfrutar desta marcação tão belas e exóticas.
No Brasil ainda é uma genética que está na mão de poucos criadores.
Não devemos confundir um rato WS com o hooded comum, são animais únicos de uma beleza impar.
Nirvana: black whiteside - padreador de nosso criatório
Lillith: Black marten dumbo - matriz de nosso criatório
Marten
Lindos e de uma beleza exótica, estes são os Red Eyed Devil, Red ou Martens. Esta variedade foi descoberta em 2008 por René Bastiaans, na Holanda, ele os adquiriu com um comerciante alemão, que resgatou alguns ratos albinos de laboratório e os reproduziu, dando origem aos primeiros martens. Um marten padrão possui lindos olhos vermelhos brilhantes. Ele pode existir em qualquer cor de pelagem. Nos blacks (em minha opinião, os mais belos) a cor do casaco é quase preta quando bebês, passando para um cinza grafite na fase adulta. O padrão caracteriza-se também por manchas quase brancas ao redor dos olhos e focinho. Alguns podem apresentar um bonito marmorizado no corpo e focinho.
A genética marten é dominante apenas no locus C.
Burmese
Ratos burmese tem como características pelagem caramelo com color points de um marrom profundo (semelhantes aos siameses) e olhos negros. Não deve possuir na pelagem ferrugem, nem pelos prateados (silvering). São animais de personalidade forte e geralmente serão os alfas do bando, seja pelo seu espírito de liderança, seja pelo seu porte grande.
É uma genética relativamente nova no Brasil. Inicialmente apresentava bastante problema comportamental, mas com algum trabalho de aprimoramento nosso juntamente com nossos parceiros, já temos animais dóceis e carinhosos, como qualquer outro rato de nosso criatório.
Hoje em dia é sem dúvida um dos nossos padrões preferidos, tanto por sua exuberante beleza, seu porte altivo e sua personalidade forte, mas cativante.
O burmese é um gene de adição de cores que funciona apenas no c locus (ratos albinos, himalayans e siameses).
Um burmese albino será de cor mais pálida e não terá color point. No burmese de base himalayan ele terá um color point mais suave que o de base siamesa.
Burmeses de base agouti são chamados de Wheaten Burmese. Os burmeses são padronizados nas cores (A), agout ou “wheaten”, (A / a) agoutis com black ou na (aa) cor black, entretanto, eles podem vir de qualquer outra cor. Isso significa que, por exemplo, você pode ter um american blue burmese ou um russian blue burmese.
Sable Burmese
Um sable burmese é uma cópia dupla do gene burmese. As cores são mais escuras e ricas. O sable também pode ser criado para qualquer cor.
Apis: Burmese de base black - padreador de nosso criatório
Calígula: Burmese de base russian blue - padreador de nosso criatório
Martina: dwarf - matriz de nosso criatório
Dwarf
Ratos dwarves, são ratos anões, e não devem ser confundidos com um rato de porte pequeno, pois são geneticamente diferentes Eles são pequeninos, fofinhos e possuem bastante energia, estão sempre dispostos a brinca e amam correr na rodinha.
Os ratos dwarf possuem algumas particularidades:
• Raramente terão tumores (principalmente mamários);
• Vivem mais, pois são mais ativos também;
• Fazem menos sujeira;
• Aceitam filhotes na gaiola deles, sempre;
• Se criados juntos desde pequeno, podem conviver com ratos de tamanho normal (apenas fêmeas).
• Se não tiverem onde se exercitar, tendem a obesidade
Um anão adulto pesa entre 80 - 120g e cabe na palma da sua mão, quando adulto eles são do tamanho de ratinhos de 40 dias.
Você precisará ter muito cuidado ao comprar um dwarf no Brasil, pois muitos criadores tentarão passar a perna em você, vendendo ratos pequenos e desnutridos como dwarfs. Esta genética está nas mãos de pouquíssimos criadores, então, se alguém for te vender um dwarf solicite conhecer os pais também. E mesmo assim, saiba que no Brasil muitos anões possuem distúrbio de crescimento e genética fraca, com animais com distúrbios alimentares e problemas de saúde.
Ratos anões são muito doceis e amam brincar. Você irá notar uma grande diferença deles para os ratos de tamanho normal, pois possuem muita energia, estão sempre correndo e girando em sua rodinha (inclusive, eles ensinam para os outros a andar na roda de exercícios). Mas não se engane achando que podem ser mantidos em gaiolas pequenas, eles precisam do mesmo espaço que um rato de tamanho normal.
A diferença perceptível em um anão, além do seu tamanho pequenino, se dá pelo tamanho dos pés, que são visivelmente menores, caudas pequenas e mais finas e olhos maiores em proporção de suas cabeças.
Harley
O gene Harley foi descoberto em 2002 pelo Old Fellows Rattery. Foi descoberto em uma pet shop uma rata com pelos longos e fartos e esta rata foi chamada de Harley (que deu origem ao nome deste tipo de pelagem). Ela estava prenha quando a pegaram, mas nenhum destes filhotes apresentou a pelagem da mãe. Quando colocaram Harley para cruzar com um de seus filhos, surgiu a pelagem "harley".
Este padrão tem por característica têm pelos longos e sedosos. Tem uma aparência tão fofa que é quase impossível não se apaixonar. Como eles não possuem subpêlo, seus pelos tem aparência de ser finos. Eles podem ser lisos ou encaracolados (rex), este ultimo tem a aparência de ser mais calvo quando adulto.
Existe uma teoria que a pelagem harley seja causado pelo mesmo gene que "satin", devido sua similaridade, mas como isso ainda não foi testado, não há como dizer com certeza.
Os harleys ainda são animais bastante sensíveis e não é incomum apresentarem alguns problemas de saúde:
-
Eles possuem sensibilidade proteica severa. Originalmente, os ratos tinham que ser mantidos em uma dieta com menos de 8% de proteína. Atualmente os harleys se mantém com a pelagem muito bonita até 14% de proteína (quantidade máxima de proteína que um rato adulto - de qualquer padrão - deve comer) mas nunca deve ser oferecido para os harleys adicional de proteína animal, nem na infância.
-
Quedas de pelo, excesso de oleosidade e feridas principalmente nas costas são comuns nos harleys, quando há desequilíbrio alimentar.
-
Em geral os harleys um pouco são menores que os ratos de pelagem comum e como não possuem subpelo, sua pele é bastante sensível.
-
Em geral são bem dóceis, não mordem, e se dão muito bem com os companheiros de gaiola.
-
Problemas com a reprodução também não são incomuns. Algumas mamães harley podem ter problemas para carregar bebês ou problemas para amamentar.
L'Óreal: harley - matriz de nosso criatório
Samael: harley - padreador de nosso criatório
A linhagem harley é ainda um trabalho em andamento, estamos trabalhando sempre, com muito carinho para disponibilizar animais dóceis, fofos e adoráveis!
Lillith: Black marten dumbo - matriz de nosso criatório
Erix - RES
Neltharion - Golden Siamese - Padreador de nosso criatório
Icarus - BES Dumbo - Padreador de nosso criatório
Siamese
Os siameses são originários de um laboratório em Orleans, na França e não se assemelhavam em nada com os siameses que conhecemos hoje em dia, eles se pareciam mais com silver fawns hoodeds, com uma mancha um pouco mais escura no nariz. Eles foram importados em 1978 pelo o Reino Unido, onde muitas melhorias foram feitas para chegar nos padrões que temos atualmente.
O padrão siamês é causado por um fator chamado de acromelanismo, ou seja, esse padrão se desenvolve porque é termossensível (os pontos escuros da cor da pelagem é determinado pela temperatura do ambiente). É devido a isso que as áreas mais frias do rato (nariz, orelhas, pés, cauda) têm pelos mais escuros do que o corpo, onde é mais quente. Você pode notar também esta variação no inverno, onde a pelagem do siamês se torna mais escura. Um rato siamês no padrão
deve ter a cor do corpo bege médio, com um sombreado gradual e uniforme nas costas em direção a barriga, sendo a porção mais escura na base da cauda. A barriga deve ser bege claro. Os points no nariz, traseira e patas devem ser de um sépia bem escuro. Os olhos podem variar do vermelho ao negro.
Uma variação ao point sépia (black) é o russian blue, mas o siamês pode ser criado para qualquer cor de point, embora não seja indicado, pois fica quase imperceptível.
Os siameses ganharam fama de serem agressivos e temperamentais e isso aconteceu devido a um problema ocorrido nos Estados Unidos, onde quando foram importados, algumas pet shops os compraram e foram reproduzidos de qualquer jeito, sem nenhum critério. Não apenas a cor siamesa foi arruinada, mas eles desenvolveram grandes problemas de saúde e comportamento, com relatos de siameses sendo extremamente agressivos. Imagino que possamos ter recebido no Brasil animais com estes mesmos problemas apresentados no Estados Unidos, pois não é incomum, no Brasil, ainda encontrarmos siameses que apresentam problemas comportamentais a longo prazo. Infelizmente, este é um problema que demora a ser eliminado, visto que ratos carregam uma carga genética bastante grande.